Érika Amorim quer saúde mental como prioridade em políticas de governo
Ela destacou os registros de 14 mil suicídios por ano no Brasil, uma média de 38 por dia, conforme dados da Associação Brasileira de Psiquiatria. No que diz respeito ao Ceará, Érika lamentou a situação do Hospital de Saúde Mental, que, segundo ela, está com seu funcionamento “sob ameaça”.
“É nosso único serviço 24 horas de emergência psiquiátrica e, conforme informações do jornal Diário do Nordeste, pelo menos 65 psiquiatras, 80% do total de profissionais atuantes no equipamento, podem deixar o serviço devido ao vencimento do contrato. São dados que nos assustam e nos cobram alguma atitude”, disse.
A deputada reforçou que o Brasil está entre os dez países em que mais se cometem suicídios. “Fortaleza só fica atrás de São Paulo entre as cidades onde mais se cometem suicídios. São 300 casos por ano”, disse, lembrando que essa “é uma pauta tabu, cercada de preconceito e que sofre com as subnotificações”.
O seu mandato, conforme observou, teve alguns projetos aprovados que remetem ao tema. Entre eles, destaca-se o que considera obrigatória a realização de avaliação psicológica nos alunos da rede pública de ensino do Ceará. “O objetivo é identificar e tratar precocemente condições que podem trazer diversas consequências para o desenvolvimento e aprendizagem dos alunos, além de prevenir as práticas de bullying e combater a depressão”, explicou.
A suspensão do piso salarial da enfermagem, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela Presidência, também foi abordada no pronunciamento de Érika Amorim. De acordo com ela, é “lamentável a subvalorização da categoria dos enfermeiros no Brasil, principalmente no contexto de pandemia que vivemos”.
A decisão pela suspensão do piso vale até que sejam analisados dados detalhados dos estados, municípios e órgãos do Governo Federal, conselhos e entidades da área da saúde sobre o impacto financeiro para os atendimentos e riscos de demissões diante da implementação do piso.
“Diante de mais uma injustiça com esses profissionais, com a saúde pública, com nosso povo, fica aqui nossa contestação e nossa solidariedade aos enfermeiros do nosso Estado”, defendeu.
Érika também se manifestou em apoio aos candidatos que foram eliminados no último concurso da Polícia Militar do Ceará. De acordo com ela, cerca de 300 candidatos pardos que se candidataram pelo sistema de cotas foram barrados pela comissão de heteroidentificação responsável pelas análises fenotípicas dos concorrentes.
“Além do desrespeito, saíram do concurso como fraudadores. Estamos recebendo muitos depoimentos de candidatos enfrentando problemas psicológicos pela forma como foram tratados”, alertou. A parlamentar criticou a decisão e cobrou justiça aos órgãos competentes.